NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação. 2 ed.Belo Horizonte: Autêntica, 2006, pp. 83-101.
O presente resumo tem como objetivo principal mostrar que a escola é uma reprodução clara das desigualdades sociais, em outras palavras ela é concebida como uma instituição a serviço da legitimação da dominação exercida pela classe dominante. A partir dessa problemática Bourdieu se aproxima da concepção de que nenhuma cultura pode ser objetivamente definida como superior a outra. Para o autor a cultura escolar seria basicamente a cultura imposta como legitima pelas classes dominantes. Para os alunos das classes dominantes, a cultura escolar seria a sua cultura "natal", reelaborada e sistematizada. Para os demais, seria como uma cultura "estrangeira". Bourdieu enfatiza também que o maior efeito da violência simbólica exercida pela escola não é a perda da cultura familiar e a demonstração de uma nova cultura exterior , mas o reconhecimento, por parte dos membros desta camada, da superioridade e legitimidade da cultura dominante. Bourdieu observa que, nas avaliações formais (particularmente nas provas orais), exige-se dos alunos mais do que o domínio do conteúdo transmitido. Exige-se uma destreza verbal e um brilho no trato com o saber e a cultura que somente aqueles que têm familiaridade com a cultura dominante podem oferecer. Os autores tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, usando o livro: A Reprodução (1970). Por fim, Bourdieu formulou a tese de que a avaliação escolar representa, antes de tudo, um mecanismo de transformação da herança cultural em capital escolar. E isso seria possível porque a avaliação docente iria muito além da mera verificação da aprendizagem dos conteúdos, constituindo-se na prática, num verdadeiro "julgamento social".
Palavras-chaves: Escola. Cultura escolar. Cultura dominante.